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Category Archives: Opinião

Barbaridades semi-eloquentes.

As sapatonas

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Gosto tanto de sapatonas como um carpinteiro de bairro gosta do IKEA. E porquê? Em primeiro lugar porque acham que são mais homens do que aqueles que foram incumbidos pela mãe natureza de urinar de pé. Em segundo lugar porque são um lugar comum, um cliché deslavado e fotocopiado de um fenómeno sociológico chamado de “diferença”. As sapatonas gostam acima de tudo de esborrachar na cara dos outros o seu estilo de vida, e discrição está para elas como o axe para o dandy que mora no parque das nações, é um desodorizante que tresanda a classe média e normalidade. Assim sendo, elas precisam de mostrar que têm um corte de cabelo muito original, que aliás acabaram por vulgarizar, não permitindo de agora em diante que ninguém o use, sem correr o risco de ouvir no metro <<ora ali vai uma grandessisima sapatona>>  ou  <<mas que enorme panhilas é este que entrou agora?>>. Se ainda não estão a ver o corte, é mais ou menos como o do Justin Bieber mas mais rapado dos lados. Denunciam-se igualmente  pelo visual de miúdo adolescente punk e ou emo que gosta de beber a cerveja pelo gargalo e seguram na dita garrafa pela parte de cima. Ver uma mulher a beber cerveja pela garrafa já é enjoativo que chegue, agora quando as sapatonas seguram na dita pela parte de cima, entornam metade do gole pela t-shirt às riscas e mandam aquela olhar lascivo/orgulhoso de quem acabou de prestar provas para poder conduzir um camião cisterna, então a coisa fica profundamente desconcertante, no mau sentido.

Não se assustem com esta minha opinião, não é ódio que sinto (aliás acho que ninguém merece que eu desenvolva úlceras nervosas a pensar no ódio que lhes guardo, muito menos as sapatonas, que na minha pirâmide de valor so estão atrás da mosca do vinho), porque sou apologista do “live and let live” e acho que a liberdade além de ser o bem mais precioso a seguir ao Alberto João Jardim, deve ser preservada a todo o custo para que as gerações vindouras possam dizer e fazer todo o tipo de “besteiras” só para se aperceberem una anos mais tarde que mais valia terem estado a partir cascalho numa pedreira nessa ocasião. Não, não é ódio senhores, ou melhor, não é ódio senhoras. É antes um enjoozito matinal, como quando se mistura o actimel com uma baforada de um kentucky sem filtro. Até porque, constatem que eu até acho muito salutar para o imaginário erótico universal, quando uma mulher hetero, por engano, mistura a sua medicação para a asma com álcool, e se enrola sem saber como, com a sua chefe que usa soutiens de desporto desde os 15, mas essa coisada de andarem por aí a gritar a plenos pulmões num activismo parolo contra moinhos invisiveis, parece-me perfeitamente escusado. Se não acreditam em mim, perguntem ao Sancho Pança.

Pode ser pelo facto de ter crescido numa mercearia de bairro e não no bairro Chueca em barcelona, mas acho que não havia necessidade. Ou se calhar há e eu é que estou a ser xenófobo. Em qualquer um dos casos “pardon my freedom”.